Professor da UNESP de Presidente Prudente emite nota em defesa do MST

Por Antonio Thomaz Junior*
Da Página do MST

Para alguns, defender o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) pode ser um fardo. Mais até, uma desavença com a consciência corrompida por mais de cinco séculos de opressão, de práticas racistas, de naturalização dos pré-conceitos, de aceitação fácil das mentiras que são veiculadas pela grande imprensa, sem exceção, por tratar-se de uma horda de bandidos, guerrilheiros, vagabundos, para dizer pouco.

Por ventura, poucos destes saberiam explicar o porque essa massa humana de homens, mulheres, crianças, idosos, trabalhadores; enfim, que já vivenciaram, em momentos pretéritos tantas atividades e inserções ocupacionais, que confundiria a intelecção desses intocáveis da moralidade inumana pequeno-burguesa, para ser mais claro.

O desreconhecimento dos direitos à vida, legitima os ataques, as perseguições, as repressões variadas, a pilhagem, os assassinatos, os massacres etc., porque para esse protagonistas ou ratazanas do sistema, está em questão negar a qualquer custo a busca obstinada desse povo de dar de comer, de abrigo, de acesso à terra para a manutenção da família, enfim, combater a  pobreza, os efeitos nefastos da crise estrutural do capital, do desemprego, do racismo etc., com as próprias mãos. Afinal, objetivos estes insignados na Constituição Federal de 1988, e papel do Estado a sua viabilização, que se acovarda, historicamente, de tal incumbência.

Por si só, esses apontamentos, sem a menor pretensão de ancorar-me em posicionamentos teórico-conceituais sobre os processos de concentração de renda, de riquezas, de manutenção, multiplicação das desigualdades, aspectos fundantes das iniquidades sociais típicas da sociedade capitalista e tão representativos da herança colonial que somos vitimados, são capazes de evidenciar o quanto a fartura, a bonança, a usura não dependem de inteligência ou capacidade intelectiva.

São as oportunidades, os privilégios, as heranças afiliadas no trabalho escravo, as tradições quinhentistas solidificadas nas práticas naturalizadas do racismos estrutural que menosprezam, desqualificam, e se impõem via mecanismos violentos e de extermínio compósitos da necropolítica vigente, daqueles(as) que se negam e resistem à inclusão marginal, que se contrapõem ao extermínio etc., que me manifesto contundemente a favor da Reforma Agrária, da sociedade sem explorados e sem exploradores.

É deste movimento perceptível de resistência e objetivos claros vinculados à produção de alimentos e combate às desigualdades que dão fundamento ao meu apoio integral em Defesa do MST. Sou MST!!!

Digo mais, essa percepção fortalece meus argumentos, como cidadão, como professor de Geografia, como pesquisador, como pai e como companheiro das lutas, das ações em favor do acesso à terra, à água, às políticas públicas, ao trabalho digno e à justiça ambiental.

Contem comigo, sempre! A Luta continua!

Viva o MST! Viva a Vida Cheia de Sentidos! Viva a sociedade liberta do capital!

Presidente Prudente, 22 de junho de 2023

*Professor de Geografia do Trabalho FCT/UNESP/Presidente Prudente

**Editado por Solange Engelmann

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  Em artigo, professor de Geografia do interior de São Paulo faz a defesa do MST e da luta pela Reforma Agrária no país
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