Por União Nacional dos Estudantes (UNE)
Da Página do MST
NOTA DE APOIO AO MOVIMENTO DOS TRABALHADORES E TRABALHADORAS RURAIS SEM TERRA (MST) E CONTRA A CPI DO MST
Na último dia 17 de maio, a Câmara dos Deputados instalou uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para investigar o Movimento dos Trabalhadores e Trabalhadoras Rurais Sem Terra, o MST. A CPI foi instalada sem nenhum objetivo determinado, com a verdadeira pretensão de criminalizar um dos movimentos sociais mais importantes do Brasil e do mundo que luta pela reforma agrária e pela produção de alimentos saudáveis.
A CPI busca não só criminalizar o MST e a esquerda brasileira, mas também desestabilizar o governo Lula e é, sobretudo, um crime contra o povo brasileiro que sofre com a desigualdade social e as violências do latifúndio. Sabemos que todos direitos sociais no campo conquistados até aqui foram resultado da luta organizada.
O MST foi responsável pela doação de 450 toneladas de alimentos nas periferias durante a Pandemia da Covid-19 por meio de ações como as cozinhas solidárias e é o maior produtor de arroz orgânico da América Latina. O MST é exemplo na produção de alimentos saudáveis para superação da fome e o exemplo disso foi a última feira nacional da Reforma Agrária, onde foi comercializado cerca 1730 itens diferentes e doadas 38 toneladas de alimentos. Além disso, o MST já plantou cerca de 10 milhões de árvores, desde 2020, entre árvores frutíferas e nativas de diversos biomas, a partir do seu Plano Nacional do Plantio de Árvores.
O Agronegócio responsável pela grilagem de terras, desmatamentos, chuvas de agrotóxicos e trabalho análogo a escravidão, que tem financiado a bancada ruralista e promovido uma série de fake news criminalizando o MST e os movimentos sociais é o maior interessado nessa CPI. Não à toa que a CPI é presidida pelo deputado Tenente-Coronel Zucco (Republicanos-RS), e tem como relator o deputado Ricardo Salles (PL-SP), ex-ministro do Meio Ambiente de Jair Bolsonaro (PL) que é investigado por diversos crimes, inclusive ambientais e humanitários. Na verdade, querem minimizar os danos da CPMI instaurada para investigar os atos golpistas do 8 de janeiro e usar da CPI do MST como um palanque de ataque aos movimentos populares.
Ciente da importância e responsabilidade do Movimento dos Trabalhadores e Trabalhadoras Rurais Sem Terra, a União Nacional dos Estudantes expressa total apoio e disposição em contribuir com o MST nesse momento de resistência. Não permitiremos que essa luta, que também é nossa, seja criminalizada. O que devemos evidenciar é que o agronegócio promove a fome e a morte, por meio do seu projeto político, em contrapartida, o povo brasileiro terá a oportunidade de saber que a Reforma Agrária é promotora da superação da fome, da dignidade humana, da defesa dos territórios e da vida!
Vida longa ao MST e a luta pela Reforma Agrária!
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